Submit to summit. O que a mídia não conta sobre a Aliança do Pacífico

Durão Barroso, Dilma, Aliança do Pacífico, a TPP, o Governo, o domínio, OTAN, ONU, sucumbência

Em janeiro, eis senão quando, o cabuloso presidente da União Europeia, José Manuel Durão Barroso, apareceu no Brasil para visita oficial à Dona Presidente, Dilma Rousself. Com ele, a cúpula da UE.

Sua visita foi tão misteriosa quanto a repercussão na mídia sobre chegada, permanência e, evidente, os motivos. Nenhuma.

O Globo deu destaque à declaração de Barroso sobre a atuação de Neymar num jogo da seleção da CBF, completando que “…Os líderes discutiram temas da economia mundial, acordos de cooperação entre os países e conflitos no Oriente Médio e norte da África.”. Ou seja, nada.

 
Dilma e a cúpula da União Europeia: mistério

O jornal francês Le Figaro destacou que um dos interesses da reunião “é estreitar os laços comerciais e as oportunidades que se abrem no mercado de trabalho brasileiro, nesse momento de crise na Europa.”. Coisa alguma.

Os demais noticiosos e noticiários não fugiram dessa linha. Nem mesmo no Congresso Nacional, a Casa Federal do Amém, houve repercussão, destaque ou indagações a respeito da presença do todo poderoso português Prêmio Nobel da GuerraNeca de petibiriba.

Estranho, pois, tratando-se de um mafioso de primeira grandeza no universo do sistema internacional de domínio mundial, de alguém que encontra-se no epicentro das tempestades que assolam o planeta, que mereceria, não por si, mas pelo que representa, maiores indagações da mídia (se essa existisse no País, claro) e, pelo menos de parte dos Congressistas. Coisa nenhuma.

A visita, evidentemente, foi logo esquecida, com o noticiário ocupado com gays, perversão sexual etc. ou algum escândalo, real ou criado para desviar assuntos. Há bolsas e bolsas deles.

Mídia e ‘autoridades’ constituídas omitiram-se e as poucas revelações vieram do próprio José Manuel Durão Barroso ainda em Portugal, às vésperas da reunião Brasília:“num mundo cada vez mais complexo e interdependente, UE e Brasil devem agarrar-se a às afinidades para levar adiante a agenda global.”. Ou seja, enquadrar o Brasil às vontades do sistema de domínio.

“Estou ansioso para discutir com a presidente Rousseff a cooperação efetiva com o Brasil em assuntos fundamentais da nossa agenda global e bilateral tais como a governança financeira e econômica global, as alterações climáticas, direitos humanos e assuntos ligados à ciência e tecnologia”. Declaração de Barroso, em Bruxelas, reproduzidas pela agência oficial, EBCEm outras palavras, fazer o que mandam.

O lero-lero resume-se em enquadrar o Brasil no sistema de submissão mundial, e que deve contentar-se com a sua condição de  um mero e servil subsistema da economia global. Quer dizer, regressar aos tempos de província.

E o Brasil, que surgiu no século XVI como província do colonialismo, ingressa no século XXI como província do globalismo, tal e qual no nascedouro, sem personalidade, sem honra, sem ideias, sem vida nem vontade próprias, desprezando-se a si mesmo, a sua história, o seu povo de ontem, de hoje e de amanhã. E a mídia, adestrada, tenta acelerar o passo para o abismo final.

O Senhor José Manuel é serviçal do poder mundial e sonha alto. Ganancioso, pretensioso, presunçoso, vaidoso, orgulhoso, viscoso, arrogante pau mandado genocida, quer por que quer ser o supremo da ONU ou chefão do braço armado da organização criminosa de Nova Iorque, a OTAN.

Aliança do Pacífico. Antes e depois

Presidentes de Colômbia, Chile, Peru e México.
Aliança para a TPP – 
Submit to summit.

Seis meses antes da chegada de Barroso e seis meses depois, acontecimentos no restante do quintal latino formam uma penumbra do que poderia ter sido o objetivo de Barroso no Brasil.

Em junho de 2012, os presidentes do Chile, Sebastián Piñera, Colômbia, Juan Manuel Santos, México, Felipe Calderón, e Peru, Ollanta Humala, formalizaram aliança “para acelerar a integração entre os países de maior abertura comercial da América Latina, estreitar laços com o Ásia-Pacífico e resistir ao protecionismo de outros blocos da região.”.

Em outras palavras, capitular ao domínio imperial, retornar de uma vez por todas à condição de colônia, submeter-se ao corporativismo de domínio mundial. De quebra, dar um chega prá lá no Mercosul.

Nem mesmo os quatro telescópios do Observatório Paranal, deserto do norte do Chile, foi capaz de fazê-los enxergar o buraco em que se meteram, principalmente as populações desses países, iludida pelo dirigentes, iludida e desinformada pela mídia.

Em meio a tudo, possivelmente, a eleição o brasileiro Roberto Azevêdo para o comando da Organização Internacional do Comércio, OIC, cujo discurso de campanha dizia, com todas as letras, que “o livre comércio é ferramenta essencial para o desenvolvimento.”.

E o que o governo brasileiro fez em meio a esse tempo? Nada. Fez charminho para Fidel Castro e Hugo Chávez cujos países, Venezuela e Cuba, comercialmente, nada têm a oferecer, ao mesmo tempo em que pisca para o poder imperial e abraça a decadências como Cristina Kirchner, da Argentina, nunca confiáveis.

Pautou a mídia que, livre, enaltece a Aliança do Pacífico e cobra atitude do Governo brasileiro. Porém, sem aprofundar-se no assunto, baseando-se em meias verdades ou em completas mentiras. Não mostra o outro lado que só o olho livre é capaz de enxergar.

 
Imagens Google

Essa pressão da mídia, se não esclarece, clareia, um pouco, a escuridão sobre a visita do mandachuva da UE em janeiro. Pressão para que o Brasil capitule-se de vez. Submit to summit. Submeta-se à cúpula de uma vez por todas, seguindo os caminhos dos membros da Aliança do Pacífico, enterrando de uma vez por todas a soberania ou do que dela restou e, de quebra, soterrando o Mercosul.

Aliança do Pacífico é apenas um dos tentáculos para o domínio total

O ponto básico que mídia, comentaristas, analistas, especialistas esquecem é mais em cima. A Aliança do Pacífico é apenas um dos tentáculos para o domínio total e geral do Planeta.

Faz parte do “acordo” internacional, denominado Parceria TransPacífico (TPP), liderado e idealizado pelo e nos Estados Unidos, que em sua primeira fase englobou Austrália, Brunei, Chile, Nova Zelândia, Peru, Cingapura, Malásia e Vietnã.

É o resultado de um trabalho que reuniu cerca de 600 dos maiores lobistas das grandes corporações, tudo à revelia das representatividades legais, como a do próprio Congresso dos EUA, os meios de comunicação corporativos e, evidente, a população dos países, sempre a última a saber.

Embutido nesses acordos está o fim definitivo dos estados soberanos. O domínio passa a ser total, geral irrestrito das corporações frente ao atual direito internacional, onde tribunais privados substituem os oficiais e sobrepujam governos, instituições federais, constituições e qualquer lei dos países membros.

Governos como coadjuvantes a serviço de uma elite internacional

Concede inimagináveis privilégios e direitos corporativos às oligarquias, indústrias e sistema bancário, incluindo proteções especiais, limitando governos a simples coadjuvantes a serviço de uma elite internacional. É infinitamente superior qualquer coisa que tenha sido alcançando com instituições como o Nafta, CaftaAlcaMercosul ou qualquer outro acordo de livre comércio em todo o mundo.

Detalhes sobre o TPP, aqui Parceria TransPacífico (TPP) oficializa o Governo mundial.

Confesso e comprovadamente lacaio do sistema, Fernando Henrique Cardoso é o alvo preferido da mídia na campanha pela subida do Brasil ao cadafalso da TPP.

“O Brasil não conseguiu exercer uma liderança capaz de impedir a fragmentação da América do Sul”, disse FHC à Folha de São Paulo, em mais um artigo cambeta sobre o tema, na edição de 27/05/2013 – Viés pró-mercado da Aliança do Pacífico desafia o Mercosul.

E logo FHC, o campeão do entreguismo e que deu o pontapé inicial à destruição da indústria e da soberania, enfraquecendo e demolindo as Instituições nacionais.

Desmoralizadas, enfraquecidas as instituições, o Brasil idealizado por FHC, e seguido pelos seus sucessores, tornou-se um alvo ainda mais fácil para o domínio e manobras do sistema, onde Durão Barroso, a mídia e os despreparados “líderes” são fundamentais.

Trata-se de uma guerra diferente, feita nos bastidores, à sombra. Quem controla as operações com a TPP não são os governos, enfraquecidos e comprometidos, mas  as grandes empresas internacionais. As corporações multinacionais. O mundo corporativo, fascista dos compradores de almas, onde os mascates são da estirpe de FHC.

Regras e leis, fontes de renda extra

Atualmente, como qualquer empresa, as grandes corporações estão sujeitas às leis, regulamentos, códigos ambientais, regras financeiras, de trabalho e outras questões de cada país. Com o TPP ou, no caso, com a Aliança do Pacífico, isso acaba.

Leis são revistas e reescritas moldando-se às vontades e aos interesses oligárquicos. Caso o contrário, representarão imensos gastos para os cofres públicos.

Tribunais privados ganham o poder de ordenar aos governos membros de usar dinheiro do contribuinte para pagar  aos “agentes”, empresas, grupos, corporações, minerações, bancos etc., os gastos para o cumprimento das normas locais. As dificuldades e a burocracia atuais representarão abundantes lucros para os “investidores”, sempre acima do bem e do mal.

O mesmo ocorre com as regras financeiras. Valerão aquelas impostas pelo novo sistema, caso o contrário, apela se para os tribunais, que estabelecer elevadas multas, além de obrigar a indenização das empresas corporativas. Quanto mais regras e dificuldades, mais lucros para os oligopólios.

Algumas características da TPP

-TPP restringe o acesso a medicamentos fundamentais, estendendo a proteção de monopólio para Big Pharma;

-TPP capacita as empresas a processar governos por medidas ambientais e de saúde que eles não gostam;

-TPP limita a inovação Internet e aumenta a vigilância de interações on-line;

-TPP mina os direitos direitos humanos;

-TPP cria uma corrida para o fundo em condições de trabalho, as normas ambientais e todos os tipos de regulamentos públicos;

-TPP prioriza a agricultura empresarial em larga escala (OGM, antibióticos etc.) sobre a agricultura local sustentável.

O acordo TPP é como um NAFTA anabolizado. Seus protagonistas possuem garantias corporativas e contam com sanções comerciais e recompensas financeira.

Desafiar os regulamentos com tal sistema judicial privatizado será uma garantia de robusta fonte de renda, “por lucros cessantes”. Retira dos governos a soberania (ou o que dela resta no caso do Brasil) e torna-os responsáveis ​​perante os tribunais internacionais draconianos.

O resultado desses tribunais corporativos será a configuração de uma corrida para o abismo, onde, em caso de um país não acolher as decisões, sofrerá represálias econômicas, financeiras e estará vulnerável à intervenção bélica de estados membros, sempre com o dinheiro público. Nesse caso, pela OTAN, braço armado da ONU, fazendo o serviço sujo dos EUA e que Durão Barroso pretende comandar.

Aécio e Marina atacam imprensa alternativa. A internet

Como se vê, os meios de comunicação corporativos não representam ameaças para os interesses da elite. Preocupa, no entanto, os meios de comunicação independentes, uma pedra no sapato dos donos do mundo. Blogs, como este, sites e jornalistas reais e de fato, constituem a única oposição, no entanto, a força de convencimento, a penetração, aliado à passividade da população, não possuem impulsos suficientes capazes de alterar o perigoso destino.

Não é à toa que um dos filhotes de FHC, Aécio Neves, foi para o jornal reclamar dessa imprensa independenteAtolado até o pescoço em compromissos com o sistema, a começar pelo Banco Mundial, o candidato tucano à presidência culpa as redes sociais, blogs e a internet em geral pela quase nula receptividade à sua candidatura, mantida, até então, apenas pela “grande” imprensa, tal como ele, assumidamente serviçal.

Seguiu a mesma linha da “colega” Marina Silva. Posa de libertária, enquanto, por debaixo dos panos, serve aos senhores ingleses.

Qual é a de D. Dilma?

 
Só pensam naquilo: reeleição

Difícil saber qual é a de Dona Dilma Rousself. Três anos depois ainda não disse a que veio. Ao que parece, apenas para reeleger-se, em meio às velas que acende para vários santos.

Muitas velas, e pouca luz. O País continua na escuridão navegando sem rumo. Mas qualquer porto serve, desde que lhe garanta mais 4 anos de poder.

Em meio, a mídia frente aos acontecimentos. Lembra o personagem Mesrour, em O Carregador Zarolho, de Breves Contos de Voltaire. Não possuía o olho que vê o lado mau das coisas. Desde que atenda aos interesses de que a comanda…

“Quem é bom é livre, ainda que seja escravo. Quem é mau é escravo, ainda que seja um rei.”. Santo Agostinho.

 

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