23/09/2009 por
Os idiotas protegem suas posições com fortalezas onde não há talento verdadeiro que consiga entrar
Contam que quando Winston Churchill pronunciou belo discurso no início de sua carreira no Parlamento Inglês, ao fim, indagou a um velho amigo de seu pai, experiente membro da Câmara dos Comuns, o que achara.
_Meu jovem, você cometeu um grande erro. Foi brilhante e isso é imperdoável. Deveria ter começado mais devagar, titubeante. O talento assusta e faz inimigos.
Essa foi a grande lição recebida por Churchil.

Imagine isso, então, num país como o Brasil definido por Rui Barbosa:
“Há tantos burros mandando em homens de inteligência, que, às vezes, fico pensando que a burrice é uma Ciência.”.
Muitos daqueles que ocupam grandes e importantes cargos não passam de medíocres e a inteligência fazem-nos tremerem em suas frágeis estruturas.
Definem os sábios que, no todo, os medíocres são mais obstinados na luta por posições.
Saberiam ocupar as lacunas dos descuidados talentosos.
Mas os incompetentes não contam apenas com essa arma. Têm mais e bem municiada: a inveja.

Em “Aforismos para a sabedoria de vida”, Arthur Schopenhauer observa que “A inveja mais irreconciliável, e que, ao mesmo tempo, é dissimulada de modo mais cuidadoso, é aquela dirigida contra os méritos pessoais.
Se alguém nota e sente uma grande superioridade intelectual naquele com quem fala, então conclui sem consciência clara que este, em igual medida, notará e sentirá a sua inferioridade e a sua limitação. A conclusão desperta o ódio, o rancor e a raiva mais amarga.”.
E ainda, “…que no homem ignorante há cem vezes mais antipatia pelo inteligente do que nesse por aquele. A superioridade intelectual é deveras isoladora…”.
Isoladora e fabricante de inimigos.
Isoladora e fabricante de inimigos.
Imposto sobre inteligência
Os broncos protegem suas posições com fortalezas onde não há talento verdadeiro que consiga entrar. Estabelecem-se em panelinhas. Em todas as áreas encontramos dessas fortificações estabelecidas em conluios inescrupulosos e intransponíveis para os lúcidos.
Eles conhecem bem suas limitações, sabem como lhes custam desempenhar tarefas que os mais dotados realizam com a mão atada.
É um paradoxo sem limites que também se estende a outros setores, como na sociedade, por exemplo, como define o mesmo Schopenhauer:
“… A chamada boa sociedade admite méritos de todos os tipos, menos os intelectuais. Ela nos obriga a demonstrar uma paciência sem limites com qualquer insensatez, loucura, absurdo, obscuridade, mas a superioridade intelectual, sem interferência nenhuma da vontade, fere por sua mera existência.”.
“… Para ser admirado na sociedade, precisa ser trivial e limitado…”.
Portanto, por mais paradoxal que seja, quem é realmente inteligente deve fingir não sê-lo para prosperar.
Como sábio e pertinente é o conselho de Nelson Rodrigues…
“Finge-te de idiota, e terás o céu e a terra.”.
E essa tem sido sistematicamente a pura realidade. Basta olhar e lamentar os ocupantes do poder suas fúrias tributárias, ao estilo da ironia Voltairiana.
“… Homens de gênio profundo apresentaram-lhe projetos. Imaginara um lançar impostos sobre a inteligência.
_ Todos – dizia ele – se apressarão em pagar, pois ninguém quer passar por tolo.
_ Declaro-o isento do imposto – retrucou o ministro “…
_ Declaro-o isento do imposto – retrucou o ministro “…