Brasil obeso sem o feijão com arroz

18/04/2011 por blogdojua

Obesidade nacional coincide com a perda da identidade gastronômica

Números do IBGE, divulgados em dezembro de 2010 confirmam que o consumo de arroz no Brasil caiu quase que para a metade nas última três décadas. O mesmo ocorre com o feijão. Em média, o tradicional arroz com feijão deixou de freqüentar 41% e 27%, respectivamente, das mesas dos brasileiros. E isso é de fácil constatação, basta observar o que as pessoas servem em um restaurante a quilo. Pouquíssimos têm a famosa dupla. E dá lhe dieta, sem arroz e sem feijão.

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Agora, o Ministério da Saúde divulga pesquisa revelando que 48,1% da população brasileira sofrem com a obesidade. Os dados fazem parte da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel Brasil 2010).

Para o Ministério da Saúde, a principal causa é o sedentarismo, aliado ao consumo elevado de produtos industrializados. Cita a falta de feijão na dieta nacional, mas não avança em estudos sobre a mudança de hábito e a dispensa da alimentação tradicional e a influência estrangeira, via mídia, na alteração alimentar alheia à nossa cultura gastronômica. O próprio Ministério, porém, adverte que, em uma década, o número de obesos no País estará na mesma proporção da encontrada nos Estados Unidos, tido como a pior culinária e a mais rica em gorduras em todo o mundo. E é essa que o brasileiro tem acompanhado ao dispensar as nossas tradições alimentares.

Embora rechaçado ultimamente pelo brasileiro e ignorado pelos órgãos oficiais e pela culinária moderna, o feijão é importante fonte de ferro, fibras e, em dupla com o arroz, torna-se rico em proteína vegetal.

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Acrescente-se que o arroz e o feijão fornecem-nos os carboidratos e, em conjunto, têm nove dos dezenove aminoácidos extremamente essenciais que o organismo humano necessita, mas não produz naturalmente: histidina; isoleucina; lisina; leucina; metionina e tirosina; fenil-alanina e tirosina; treonina; triptófano; e valina. São ainda fontes de amido, vitaminas, minerais e do complexo B. A orientação é que o arroz e feijão sejam utilizados todos os dias ou, minimamente, três vezes por semana, para se manter uma dieta saudável.

No oriente, o feijão se conecta com a fertilidade e o arroz com a fartura. No Brasil – colônia, era comida de escravos e gente pobre. Pero Vaz de Caminha conta que o arroz chegou aqui trazido pelos portugueses e, logo, formou uma dupla invejável e afinada com o “cumandá”, o feijão dos tupinambás.

O arroz desintoxica o organismo. O feijão previne doenças do coração e até alguns tipos de câncer e foram os negros, escravos, os primeiros a valorizar a dupla e os primeiros as descobrirem suas qualidades.

E, sem nenhuma pretensão nutricionista, mas com a experiência de inveterado consumidor, tudo isso é apenas para observar que, está provado, não vale a pena, como se vê, abandonar nossas tradições, a nossa identidade gastronômica, nossa cultura, nossas raízes, para adotar as alienígenas, seja por demonstração de status, influência midiática, ser chique, ser diferente, Ser seja lá o que for. A vida é simples, como o é o feijão com arroz…

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