03/05/2011 por blogdojua
México tem santo exclusivo para traficantes
Robin Hood lá e Xerife de Nottinghan cá
Está certo, no mundo tem mais santo do que no vocabulário de Robin, o assistente de Batman. Santa fé! Santos surgem de acordo com a época e, sobretudo, com as conveniências. Santa coincidência! Há até um santo para narcotraficantes, cognominado Santo Malverde. Santo Jésus Malverde, tendo no México o seu santuário e o maior número de seguidores. E deve ser dos bons, narco vem ganhando fácil. Santa Incompetência!
Ainda não conheço um santo para os viciados em drogas, mas, Malverde, de acordo com a crença, atende a todos, com preferência pelos fornecedores. Afinal, também são filhos de Deus, assegura a Bíblia, sendo adotado como patrono protetor do narcotráfico. Como no Brasil sua santidade ainda não é reconhecida, as drogas espalham-se pelos palácios, Câmaras e tudo quanto se denomina poder e autoridade. Uma praga. Santa maldição!
Criado à semelhança de Robin Hood, o mitológico ladrão inglês que nos tempos de Ricardo Coração de Leão roubava dos ricos para dar aos pobres, Malverde está complentado 100 anos. Surgiu no auge da Revolução Mexicana e seu séquito cresce assim como os templos de adoração numa época em que o México se destaca mundialmente pelas seguidas chacinas relacionadas às drogas. Santa bizarrice!
Bemverde, santo protetor dos podres poderes nacionais
O Brasil, tido e havido como o País mais Católico Apostólico Romano em todo o Mundo, tem dificuldades em ter seus santos reconhecidos. Não se tem certeza tratar-se de preconceito dos europeus. Santa intolerância! Ou porque não convém que um povinho miscigenado frequente os mesmos caucásicos, eclesiásticos e santificados palácios. Dessa forma, cria os seus próprios milagreiros. Alguns, pouco populares, mas muito atuantes.
A elite do País venera o não muito conhecido, mas atuantíssimo Santo Xerife de Nottinghan, aquele que tira dos pobres para dar aos ricos. É o Santo protetor do tráfico de influência, das drogas, dos nababos e poderosos. Alcunhado Bemverde. Santa pecúnia!
Nosso santo encarna o eterno perseguidor de Robin Hood e seu maior prazer é criar, inventar e cobrar impostos da plebe ignara. Entre o seus principais milagres, não reconhecidos oficialmente, destacam-se sumiço e desvios de verbas públicas; aparecimento de dinheiro em meias, cuecas, calcinhas, cintos, cintas, sutiãs, jardins e em tudo quanto é lugar erótico e exótico, desde que usados ou ocupados por ricos, opulentos e alvos colarinhos. Santa lavanderia!
Dizem que há testemunhos garantindo, mas nunca comprovando – nem com reza brava – que Santo Xerife de Nottinghan, o Bemverde, é capaz de falsificar pesquisas, superfaturar obras, comprar votos, fraudar processos, e tantos outros atos milagrosos. As autoridades justificam asseverando que tudo é porque o povo tem fé demais. Santa fedentina!
Aos contestadores, o argumento de que o povo tem fé de menos. Santa hipocrisia! Não fosse isso, já teria reconhecido os milagres das indenizações milionárias; os milagres das privatizações; os milagres das mentiras; os milagres dos falsos discursos; os milagres da corrupção; os milagres da doação de terras; os milagres das Ongs; os milagres da autossuficiência em petróleo; e tantos milagres que só com milagre para se lembrar de todos. Santa reminiscência!
Mas um milagre é reconhecido até pelos mais céticos. O milagre da memória curta. De tão milagroso, de dois em dois anos a população infiél zera totalmente a memória e concede a volta para o pedestal, para o trono real, para os templos sagrados do Santo Xerife de Nottinghan, à imensa comitiva de fiéis sectários do Santo milagreiro brasileiro, O Bemverdinha. Santa bandalheira!
Com fé demais, todos os milagres se repetem para o bem de todos e felicidade geral da canalhada. Per omnia saecula saeculorum. Amém!
Santa Patifaria!