10/12/2010 por blogdojua
Agora eu entendo o cinismo… eles que não esconderam, não acha seu lugar por querer… Acham eles
Neste mesmo espaço há comentário a respeito da absurda Lei que concedia, e ainda concede, privilégios para quem tinha, e tem, curso superior. O mais escandaloso era, ou é, o de regime especial de prisão, caso o acusado, suspeito, denunciado, detido, seja lá que nome der para quem for preso, mas que apresente o diploma de 3º grau.
Agora que o curso superior virou uma farra e, aos trancos e barrancos, e de qualquer jeito tornou-se acessível à plebe ignara e geral, as ‘autoridades competentes’ acharam por bem acabar com o maldito privilégio. Mesmo porque, acreditam, ou devem crer, não há mais privilégio se o benefício tornou-se abrangente e alcança, agora, parte expressiva da população, as camadas ditas inferiores, socialmente, diga-se, mesmo que o diploma não queira dizer, ou não diga por querer, absolutamente nada em conhecimento, crescimento, educação, erudição, inspiração, civilidade etc..
Vale para estatísticas governamentais, vaidades, e satisfações em todos os seus sentidos. Figurativos ou não. Toda maneira fica bem na foto ou na parede, como queiram. Acrescente-se que escola, hoje, é utilizada para doutrinar, não para ensinar, abrir horizontes, incentivar a criatividade, sabedoria etc..
Trasimaco, jusista ateniense na época de Platão, compreendia que a justiça e outros conceitos derivados da lei não eram senão ferramentas para que os fortes submetessem os fracos. Ora!, ora!, ora!… Trasimaco, assim como tantos outros sábios, já antevia coisas como o Brasil, onde o emaranhado de leis serve para confundir, não para esclarecer e promover a justiça.
E foi Luis XVI, Rei da França entre 1774 e 1793 que, também inspirado no mesmo Trasimaco, disse que Se tivessem os legisladores promulgado tantas leis para recompensar as boas ações quantas promulgaram para castigar os crimes, o número de virtuosos teria aumentado mais pela atração da recompensa do que o número dos perversos tem diminuído pelo medo do castigo.
Porém, nossos sábios legisladores e doutores, no Brasil, preferem justamente o contrário, premiar o crime e o criminoso, em especial, criando regras confusas para saídas estratégicas. Por isso, parodiando Jorge Aragão na voz de Emílio Santiago, agora eu entendo o sorriso, eles que acham que não.
É cinismo… E se alguém concluiu isso que chamam de curso superior, mesmo não compreendendo superior em que, que trate de encontrar respostas para as novas questões sobre velhos assuntos.
É bom não se esquecer que em culturas como as do Brasil, política, social, econômica etc. e tais, sempre que descobrimos as respostas, mudam-se as perguntas… É como nos tempos de Luiz XVII.
As práticas mercantilistas e absolutistas do rei continuam valendo, assim como os privilégios da nobreza. Dessa forma, sentem-se sempre em casa, privilégio que, para Honoré de Balzac, pertence apenas aos reis, às prostitutas e aos ladrões. Alguma semelhança?
E que cada que encontre seu lugar, se não eles acham.