Hospícios. O fim, meio para desviar recursos. A loucura no início do século 20

20/05/2004 por 
Dias atrás um doente mental matou a mãe, a pauladas, no interior de Minas, durante crise de sua doença.

Nesta terça-feira, em todo o País, aconteceram manifestações de grupos favoráveis ao fim dos manicômios, incentivado pelo Governo Federal, processo que começou já há alguns anos. É mais um serviço social que sem muito esforço o desgoverno federal se livra, como de resto vem-se desobrigando de quase todas as suas responsabilidades.

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Esperava-se que o novo Governo federal, pseudo-oriundo do povo, entendesse mais um pouco de realidade. A maioria das famílias não tem condições de cuidar de si mesma, muito menos de seus membros doentes. O Governo acena com ajuda mensal de duzentos e quarenta reais para compensar as famílias, como se a miséria cobrisse todas as despesas, incluindo o tratamento e o serviço de enfermagem.

Realmente não dá para descobrir em que mundo vivem nossas autoridades federais e, muito menos. a passividade com que se aceita medidas como estas, mesmo sabendo-se dos riscos que representam. COMENTÁRIO – 20.05.2004

Mulheres adúlteras, com depressão, sem aptidões domésticas eram internadas em hospícios no Rio de Janeiro no início do século passado

Uma coisa é humanizar as casas de saúde, o que deveria ser feito, outra é deixar de cumprir a obrigação deixando famílias em grandes dificuldades.

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A loucura feminina estava vinculada a quebra de modelos social ou religioso e também eram consideradas histéricas aquelas que fugiam dos padrões de beleza.

ÀPARTE, consta que a HISTERIA era a doença que mais atacava as mulheres no início do século passado no Brasil. Não por serem, efetivamente. Mas pelos diagnósticos dos médicos do então Hospício Nacional de Alienados. Um dos sintomas era o não cumprimento dos deveres de esposa e mãe de família.

Mulheres que preferiam ler romances, estudar e trabalhar fora de casa a cuidar das obrigações domésticas “descumpriam” a essência do feminino e, por isso, precisavam de tratamento manicomial. Eram histéricas.

“Henrique Roxo, mé­­dico de hospício carioca, afirmava que as histéricas eram, em geral, péssimas do­­nas de casa”. Há casos escrabosos como o da mulher que entrou em depressão após a perda do filho e foi levada ao hospício por não querer mais cuidar da casa, devido a melancolia progunda. O hospício era também o destino daquelas que traíam o marido ou eram tidas como promíscuas. Mas, antes, tinham de dar explicações na delegacia de polícia.

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