01/01/2011 por blogdojua
Jornalismozinho se esforça para transformar um nada em um tudo
A presidente Dilma Rousseff assumiu oficialmente o cargo e em seu discurso, várias vezes interrompido por adulosos aplausos, conseguiu gastar longuíssimos 40 minutos para dizer absolutamente nada. Muito embora o jornalismozinho mequetrefe, venal, engajado e servil, tenha se esforçado galhardamente para transformar o nada que ela disse em um tudo que ela não disse. A tal repetiu frases e lugares comuns exaustivamente reprisados durante a campanha eleitoral.
Em seu arrazoado, Dilma insistiu em ser a horripilante presidenta, e não presidente, numa clara necessidade de afirmação, inclusive de gênero. Proferiu o óbvio e, em muitos casos, o obrigatório (luta contra a miséria, fome, desigualdade etc..), o mesmo que estamos ouvindo há séculos.
“Vou zelar pela mais ampla liberdade religiosa e de culto. Vou zelar pela observação criteriosa e permanente dos direitos humanos tão claramente consagrados na nossa própria Constituição”.

Em outras palavras, pretende dar continuidade a tudo e a todos, mesmo porque, não inspira ter idéias próprias ou um conhecimento realmente amplo, filosófico, político e histórico do mundo. O real, não o que se apresenta por aí. E continuou com o tititi repetitivo de sempre. Frisou seu fervoroso desejo de honrar as mulheres, será que não vai honrar os demais? A lengalenga da reforma agrária foi omitida; garantiu paz social, mas nada lembrou sobre as invasões do MST.
Nada disse sobre a violência geral, sobre os recordes de assassinatos, sobre o crescimento do tráfico de drogas, sobre a corrupção, silenciou-se sobre a criminosa falta de saneamento básico, responsável por mais da metade das mortes por doenças no País. Ficou no trivial mundano, sem novidade no front, mas confiante, pois ao jornalismozinho mequetrefe, venal, tem o dom de transformar o nada em tudo e, também, vice-versa.
Enfim, não sei se fico com Rui Barbosa – De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto. -, ou se fico com Shakespeare – Alguns elevam-se pelo pecado, outros caem pela virtude.
Ó céus!!! Dúvida cruel! De qualquer forma, torço por ela. E que tenhamos sorte, mesmo com o ridículo modelito, desenhado por Mortícia, da família Adams ou seria por alguém da Família Buscapé?… Ó dúvida…!