23/07/2009 por blogdojua Deixe um comentário
O que espanta não são os desacordos, mas que haja tantos acordados
Leitora escrevendo que o Brasil é o único País onde feiura e burrice concedem privilégios. Disse isso num tom de desabafo diante a tantas mediocridades legais ditadas e estabelecidas pelos não menos idiotas oficiais.
No Brasil, a igualdade é de lei, imposta, mas não posta nos aspectos concebíveis e obrigatórios: infra-estrutura, saúde, segurança e muito menos a primeira igualdade, a justiça, na escala de Víctor Hugo. Mas exige-se igualdade entre os desiguais.
Um exemplo claro está nas escolas obrigadas a reunirem em um só imbróglio asnos, tapados, burros, medíocres, inteligentes e gênios. Todas filosofias indicam que não existe igualdade entre os seres e isso tem sido exaustivamente destilado neste Blog.
(Universidade para tolos) O espiritualismo indica o ir e vir no aperfeiçoamento d’alma, do espírito. A evolução. A utopia da igualdade tem como objetivo não o humanitário, mas o rebaixamento dos que estão acima para um melhor controle dos seres humanos. Um grande rebanho sem personalidade e agindo como autômatos teleguiados.
A desigualdade sempre existiu e sempre existirá e não há lei neste mundo que a extinguirá. Plutarco escreveu: os animais de uma mesma espécie diferem menos entre si que alguns homens dos outros. Nisso também foi seguido por outros espíritos elevados da história, como Montaigne, que concluiu haver mais distância entre um e outro homem que entre um homem e um bicho. Que o melhor dos animais está mais próximo do homem medíocre do que esse do homem com inteligência superior.
Como se vê este nosso futuro de Plutarco ou Montaigne, em nada mudou. E a desigualdade perdurará como nos tempos desses dois gênios da humanidade. E não há escola, universidade ou seja lá o que inventem para distribuir diploma ou quimerizar a igualdade que possa alterar esse fenômeno natural. No máximo os diplomados vão virar juiz do STF, deputado, senador ou até presidente da República. Mas nunca terão a sabedoria ou a inteligência superior. Não passarão de meros gatunos do tempo. E dos cofres, claro.
Se a natureza não produziu nem mesmo um polegar igual, certamente também não o fez em relação ao cérebro. Cada ser nasce com suas características próprias, faculdades, inclinações, aptidões, índole, não há como nivelá-los à base da força, da lei.
Cada cérebro deve enfrentar seu turbilhão particular de experiência, como disse Joseph Campbell em A Máscara de Deus: Não me admiro, pois, que um homem esteja em desacordo com outro a respeito das realidades últimas da vida, mas sim de que tantos, pese a diversidade de suas naturezas inatas, cheguem a um grau elevado de acordo…
A natureza não mente jamais, Schopenhauer.