01/07/2010 por 1 Comentário
Índio sem brilho na constelação Tucana
Conta uma lenda indígena que em São Paulo, na região de Juréia-Itatins, de sete em sete anos aparece um tucano de bico de ouro, faz um voo rasteiro sobre a serra para logo em seguida desaparecer retornando sete anos depois, sucessivamente.
A lenda explica que a pessoa que conseguir ver o tucano de bico de ouro será rica e feliz. Ainda não se tem notícia de alguém que tenha vivido, para sempre, rico e feliz, a não ser o próprio, pelo bico que tem. Uma lenda para as calendas.
Tucano também é o nome de uma constelação austral ao Sul de três outras, entre elas a do Índio. Portanto, segundo os astrônomos, as constelações de Tucano e Índio são vizinhas. Porém, Índio é pouco conhecida e sem brilho, pois as estrelas vizinhas a ofuscam, não sendo fácil localizá-la, sobretudo por falta de estrelas brilhantes em seu meio.

Hiparco, (Hipparkhos (190 – 126 a. C.), um dos percussores gregos da astronomia foi quem introduziu o conceito de grandeza, associado ao brilho (e não às dimensões) das estrelas. Por seus conceitos, ainda hoje considerados, Índio é uma constelação de sexta grandeza, bem apagadinha. De acordo com a astronomia, as 48 constelações que se localizam no hemisfério Sul, como Tucano e Índio, ao contrário das demais, não formam uma família nem por sua mitologia e nem pela singularidade astronômica. Ou seja, não possuem afinidades entre elas.
No popular, é cada uma por si e Deus pra todos, mesmo porque, a bem da verdade, as constelações não são verdadeiros grupos de estrelas. Essas, apenas parecem estar agrupadas vistas de longe, mas na realidade, encontram-se há anos de luz de distância uma das outras. Assim como o Tucano do Bico de Ouro, também Índio pode não passar de uma miragem, uma ilusão de ótica. É o que se tem de explicação. E não há quem acredite que, dessa forma, possa, realmente, ser feliz.
Uma lenda para as calendas.