Até quando seremos brasileiros?

18/12/2009 por blogdojua Deixe um comentário

Brasileiro é o explorador de Brasil, não um gentílico pátrio e de sentimento e prática de real cidadania

Já comentamos aqui sobre a diferença básica entre a maior Nação do mundo, EEUU, e o Brasil que há séculos capenga sem definição, com altos e baixos nunca certo a que rumo segue ou deveria seguir. E quem não sabe para onde vai, nunca chega a lugar algum.

Bandeirantes e Pioneiros é um livro de Vianna Moog, que no lugar de obrigatoriamente nas escolas, é escondido e abafado como as verdades que não devem ser ditas convenientemente. Continuamos bandeirantes como há 500 anos. E pior, ainda não somos uma Nação, continuamos brasileiros, não brasilienses, como deveríamos ser, estar e continuar.

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Brasileiro seria aquele que apenas está aqui, de passagem, com algum objetivo, notadamente financeiro. Ser brasileiro é ser aquele que explora o Brasil (o Pau Brasil). Assim como os bandeirantes, os eiros, ou brasileiros, seriam aqueles que exercem uma espécie de profissão. O sufixo eiro não forma designativo pátrio, ou gentílico, vem do Latim, arRu (de -arRus, a, um e -arRus, ii), por via popular.), Suf. nom. Na definição do Aurélio, eiro é o que exerce certo ofício, profissão ou atividade’; (…) gentílico: balseiro, barbeiro, costureiro, hoteleiro, vaqueiro; agoureiro, alcoviteiro; açucareiro, agulheiro, paliteiro; formigueiro, cupinzeiro; abacateiro, abricoteiro, cacauzeiro, craveiro; cobreiro; brasileiro, mineiro.

Ser brasileiro, portanto, é estar aqui com um determinado objetivo e depois voltar pra Europa, como bandeirantes, rico. Garimpar riquezas e voltar à terra natal.

Ser Brasiliano seriam os índios, os genuinamente nativos. E, por fim, brasilienses, com a terminação ense, ainda segundo o Aurélio, que indica relação, procedência, origem. No entanto, não passamos de bandeirantes brasileiros. Mantemos os mesmos pensamentos e objetivos de 500 anos atrás. Vamos continuar com as falácias de sempre, alimentados pela esperança, o pior dos castigos legados por Zeus em sua caixa de Pandora.

gentiSem título

É o poder da palavra trabalhando o nosso subconsciente. Ser brasileiro soava pejorativo, e ainda soa, como aventureiro. E o pejorativo humilha, diminui, desqualifica. Faz parte da nossa inigualável, astronômica e tradicional índole discriminatória. Na falta de alguém pior, discriminamos a nós mesmos. E como ainda não temos um espírito autenticamente nacional, materializamos nossa falta de cidadania em uma profissão. A de brasileiro, explorador do Brasil.

Não há registro de outro País a trocar o ser pelo estar. Trocar a cidadania por uma profissão. Todas as nações enaltecem a sua cidadania nos sufixos. São cidadãos, não exploradores de seus países. E enquanto continuarmos exploradores, enquanto permanecermos eiros, não construiremos uma verdadeira Nação. E continuamos sem uma nacionalidade definida e procurando por cidadania, na eterna espera dispersiva e egoística do amanhã, no arranca-rabo diário da profissão de brasileiro, sem nunca chegar a brasiliense e a cada dia mais distante de ser brasiliano, de fato e de direito.

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