Bandeirantes e Pioneiros, meio ambiente, ingleses, o Brasil e o avanço atravancado

Do original de 12/07/2009 por blogdojua

A história escondida. Vianna Moog, Delmiro Gouveia, e o Livro do Gênese

Há histórias, livros e vultos brasileiros que deveriam ser matérias obrigatórias em qualquer curso de formação, em todos os níveis de escolaridade e ser de conhecimento amplo de toda a Nação. No entanto, são propositadamente ignorados e esquecidos por inúmeras razões, confessáveis e inconfessáveis. Entre essas razões, o comprometimento de governantes com interesses adversos aos da Nação, completados pela ignorância, o desprezo e a falta de vontade e, entre outros, do descompromisso da imprensa nacional; do comodismo e da fraca memória e da própria cultura nacional. Dois desses livros e ou vultos destacam-se entre outros. Bandeirantes e Pioneiros, de Vianna Moog e um personagem pioneiro da industrialização do Brasil, Delmiro Gouveia. Mesmo diante do que representaram e da importância, são raríssimos os brasileiros que pelo menos ouviram, sequer, falar de Vianna Moog e Delmiro Gouveia. Traçar um paralelo entre eventos históricos do Brasil e o atual movimento ambientalista, diretamente ligado às exigências e barreiras protecionistas dos países ricos é importante para que se possa compreender certas passagens e decisões atuais.

Bandeirantes e pioneiros – Viana Moog, escritor Gaúcho, escreveu Bandeirantes e Pioneiros na década de 1950. No livro, traça um paralelo, em todos os aspectos possíveis, entre os Estados Unidos da América do Norte e o Brasil. Mesmo esse tendo todas as condições naturais infinitamentebandeirant superiores para crescer, desenvolver e tornar-se a maior e mais forte Nação do planeta, arrasta-se capenga há cinco séculos, enquanto o primeiro há décadas domina o mundo em quase todos os aspectos. Para não alongar em pormenores sobre os detalhes colhidos pelo livro de Moog, pode-se, no entanto, resumir em que, enquanto os estadunidenses construíram um país com o espírito de pioneiros, com o propósito de criar uma verdadeira Nação, no Brasil perpetua-se o espírito de bandeirantes. Ainda pensamos como os primeiros desbravadores. Em resumo, encher o embornal de ouro e se mandar para a Europa. Passados cinco séculos, ainda não temos o espírito de pioneirismo. Ainda não possuímos a vontade, a coragem, a alma de verdadeira Nação de e para os brasileiros.

Delmiro Gouveia – O segundo personagem um nordestino, do Ceará, mas radicado em Alagoas. Delmiro Gouveia. Esse, sim, de espírito verdadeiramente nacionalista e sonhador de uma grande Nação. Um visionário e realizador que, entre outros feitos, construiu a primeira usina hidroelétrica do Brasil, em Paulo Afonso. A usina tinha uma potência de 1.500 HP. Antes, Delmiro exportava peles de bode para Nova Iorque cem anos antes de se ouvir falar em moda fashion. Construiu o primeiro shopping center do Brasil, em 1899, em Recife. O Derby, centro comercial e de lazer com mercado, hotel, cassino, velódromo, parque de diversões e loteamento residencial. Delmiro-scaledEm 1914, fundou a Companhia Agro Fabril Mercantil. Fabricava linha de carretel, para costura. Enfrentou a inglesa, Linhas Correntes, que dominava todo o mercado brasileiro. – Na década de 1970 um filme brasileiro contava a vida e a saga deste grande nacionalista. Assim como a sua história, também o filme foi para o lixo e tenta-se apagar sua memória. Mas, Delmiro Gouveia teve a coragem de enfrentar e derrubar o monopólio inglês.

Apelando para ideais nacionalistas, nativistas e cívicos, que naquela época ainda existiam no Brasil,, conseguiu do governo de Alagoas concessões e o direito à posse de terras devolutas, isenção de impostos para a futura fábrica, e autorização para captar energia da cachoeira de Paulo Afonso, além de recursos governamentais para ajudar na construção de 520 quilômetros de estradas até Pedras. Construiu a fábrica de linhas e a Vila Operária da Pedra, com mais de 200 casas de alvenaria. A nova fábrica, sob a razão social Companhia Agro Fabril Mercantil, passou a produzir as linhas “Estrela” para o Brasil, e “Barrilejo” para o resto da América Latina. Com preços muito inferiores aos das “Linhas Corrente”, produzidas na Inglaterra pela Machine Cotton, que até então monopolizava o mercado de linhas de costura em toda a América Latina, logo dominou o mercado brasileiro, e amplas fatias dos mercados latino-americanos. Foi o começo do fim do grande empreendedor genuinamente brasileiro, isso na acepção da palavra. Enquanto enfrentava todo o tipo de pressão, tanto comercial quanto política, para vender sua fábrica para os ingleses, seu Shopping foi destruído por um misterioso incêndio.

Embora próspero, produzindo manufaturados nacional, exportando, gerando renda e empregos, levando progresso, desenvolvimento e crescimento para o sertão nordestino as ações contra Delmiro Gouveia foram além das perseguições e das pressões para que vendesse a fábrica para os ingleses. Diante da sua persistência, foi misteriosamente assassinado a balas. Seus herdeiros, não resistiram às pressões da Machine Cotton, venderam a fábrica aos ingleses que, posteriormente a destruíram e atiraram seu maquinário nas águas do Rio São Francisco, apagando definitivamente os esforços e os sonhos do empreendedorismo nacional. Com base no conceito de Direito Romano qui prodest? – a que isso serviu? quem se aproveitou?, não é difícil, a exemplo de alguns historiadores, concluir os autores dos atentados e da destruição das obras de Delmiro. E Delmiro preocupava-se com o meio ambiente e, sobretudo, com os direitos humanos e dava condições de trabalho e de vida de forma humana para seus operários.

Guerra do Paraguai – Outro fato relevante na história brasileira e também da América do Sul está diretamente relacionado ao desenvolvimento industrial e ao mercado de exportação. A Guerra do Paraguai. Embora a história oficial tente abafar, há evidências de que o desenvolvimento industrial do Paraguai, naquela época, incomodou os interesses ingleses que trataram de criar fatos para a destruição do país vizinho cujos reflexos, pós-guerra, ainda hoje são evidentes. Tivemos também a Guerra do Pacífico, que mantém distantes Chile, Peru e Bolívia, o que dificulta a integração.

O continente possui, graças às tramas inglesas, sete bitolas férreas diferentes e várias ciclagens de geração elétrica, mais estorvos para a integração. São fatos importantes na vida nacional e que diz respeito aos interesses comerciais entre as nações. É patente que não existem amizades entre países, essas chegam, no máximo a interesses comuns e ou alguma afinidade ideológica, quando esse substantivo ainda existia de fato.

Não há interesse das grandes nações que os demais países cresçam, se desenvolvam, e tornem-se realmente independentes. O crescimento dos países fora do eixo dos ricos deve chegar, no máximo, a ponto de consumo do manufaturado das potências, não mais do que isso. Quando esses chegam a um determinado patamar que ameace a hegemonia dos ricos, criam-se obstáculos, freios e dificuldades para estancar o crescimento, o desenvolvimento. Exemplos não nos faltam na história e esta nova história também não é diferente. No entanto, a cegueira do imediatismo, a preguiça e ou a proposital inércia aliada à ganância impedem o pensar Brasil e o lembrar do dia de amanhã. Nosso País vive um de seus grandes momentos de consumismo.

Está entre os cinco primeiros em vendas de produtos supérfluos como celulares, modernos aparelhos de TVs, automóveis etc.. Destaca-se como o País com o maior número de aeronaves particulares em todo o mundo, e também entre os primeiros em desigualdades sociais. Porém, continua estático no crescimento tecnológico. Não avança. Continua dependente e ser perspectivas para um futuro próximo. Seus grandes nomes da ciência desaparecem em misteriosos e suspeitíssimos acidentes e o País se cala. Nada diz. Nada cobra. Para relembrar, a inexplicável e inusitada explosão em um dos laboratórios na Barreira do Inferno, no Ceará, nossa base de experimentos e lançamentos de foguetes. Duas dezenas de cientistas dizimados. Depois, o acidente com o avião da Gol num estranho e ainda hoje não explicado acidente entre duas aeronaves. Não há indagações. Há, sim, um lamentável silêncio e um humilhante aceite. Entre as vítimas do avião da Gol, vários dos mais importantes nomes da ciência tecnológica do Brasil. Há uma crescente e cada vez mais acirrada pressão para o País reduzir as suas chamadas “fronteiras” agrícolas. Isso barra a produção de alimentos e as consequências são desnecessárias enumerá-las. O mundo globalizado, os ideais de um governo único mundial estão intrinsecamente ligados aos dois fatores: meio ambiente e comércio exterior. Deve-se, claro, preocupar-se com os dois, mas também desconfiar e tratar de desenvolver, crescer e, como um País que se diz como a maior Nação católica do mundo, observar um dos pilares da Civilização Ocidental, imago Dei, a de transformar a natureza, aplicando a sua criatividade inata ao domínio das leis naturais, de acordo com o que evidencia-se no Livro do Gênese. Meio ambiente e o comércio exterior merecem, claro, atenções especiais, há de se cuidar com o mesmo esmero dos dois, mas jamais esquecendo-se ou relegando a planos secundários o fator humano e os de interesse do País, no hoje e no amanhã. Se é importante que as gerações futuras tenham as benesses do meio ambiente, é necessário também que tenham um País para defender e viver com liberdade.

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